A função do RH é gerir pessoas – departamento pessoal, benefícios, comunicação interna, qualidade de vida, recrutamento e seleção, treinamento, acessibilidade, facilidades (ás vezes no mesmo guarda-chuva do RH), entre outros. Mas onde entra a Gestão de Mobilidade nas atividades diárias deste profissional?

Com exceção do home office, a maior parte do deslocamento de um funcionário comum trabalhando 8 horas por dia (além do tempo perdido no trânsito) é relativo ao trabalho, ou seja, gerir pessoas nas organizações também é gerir a mobilidade envolvida para trabalhar.

Vamos refletir em números:
  • A média de tempo diária do paulistano no trânsito gira em torno de 3 horas
  • Acidentes no percurso ao trabalho somaram 111 mil em 2013
  • Recente alta do preço do transporte público

Mas quanto custa os desperdícios ao gerir a logística de vans para atender a todos, vale-transporte e reembolsos?

Décadas atrás as empresas podiam se dar ao luxo de colocar todos os excessos nos custos dos produtos ou projetos, mas a competitividade atual do mercado já não dá margem para essas “gordurinhas” financeiras. Exato, as empresas também enfrentam seus regimes em tempo de vacas magras.

gestor de mobilidadeHá duas formas de enxergar a solução para esses problemas: vamos oferecer um analgésico ou uma vitamina, prevenir ou remediar? Tudo é uma questão de oportunidade.

Imagine que exista um candidato a uma vaga importante na sua empresa, que tenha que escolher entre passar 3 horas no trânsito para chegar até vocês ou optar por outra empresa com um salário um pouco menor, mas podendo ir de bicicleta em apenas 20 minutos e ainda ser reconhecido por isto.

Cabe ao bom gestor de pessoas ter a visão estratégica ao olhar para a Mobilidade dos seus colaboradores. Lembrando que a geração com DNA atleta está aumentando por trás do terno e gravata e serão os exemplos de amanhã, se já não são.

Entendi, mas o que Gestão de Mobilidade e RH têm em comum?

O primeiro passo para qualquer planejamento, por menor ou mais básico que seja, é reunir informações e principalmente: ouvir as pessoas.

O que ouvimos diariamente são gestores falando das necessidades de deslocamento dos seus funcionários como se fossem suas e então eu pergunto:

  • Você se desloca ao mesmo tempo de carro, de ônibus, a pé e de bicicleta?
  • Você recebe um salário de R$ 900, R$ 1.600, R$ 3.200; R$ 7.000 e R$ 15.000?
  • Você busca seus filhos na escola diariamente, vai para a faculdade após o trabalho, se desloca entre unidades da empresa todo dia ou faz home office?

É impossível saber como estas pessoas estão dispostas a colaborar sem conversar com elas, é preciso trabalhar com empatia neste primeiro passo.

gestão de mobilidade

Com um bom cenário modal do seu público interno é possível organizar planos de melhorias com maior eficiência. É possível desenhar políticas de mobilidade por áreas da empresa (pelas rotinas diferentes), por regiões geográficas, por tipos de transporte, por dias de rodízio, por compartilhamento de caronas e até por acessibilidade (no caso de pessoas com deficiências).

Para o colaborador, programas de benefícios são tão importantes quanto seu salário fixo estabelecido. Hoje, o benefício das estruturas oferecidas também. Vaga de estacionamento, bicicletário, vestiário, restaurante/lanchonete, academia, notebook da empresa, espaços de trabalho compartilhado, entre outros. Tudo contribui para a redução de deslocamentos desnecessário e foco no core business da organização.

Claro, não podemos deixar de lado o retorno econômico, com uma mensuração e controle técnico da Mobilidade da sua empresa é possível estabelecer parcerias mais eficientes. Terceirização de frotas, Cooperativas de Taxi, serviços de Aplicativos, empresas de Logística, e em um futuro breve, espaços de Coworking, são exemplos de parceiros que se especializam em mostrar economias e conveniências relacionadas ao ir e vir diário.

Desta forma, a atividade de um profissional dedicado à Gestão de Mobilidade – conhecido como mobility manager –  envolve gerir os deslocamentos, considerando os aspectos humanos que irão refletir não somente no custo, mas também na produtividade dos seus colaboradores, indo ao encontro da tarefa diária dos nossos líderes de pessoas nas organizações.

 

Referências: Administradores, Convibra, Terra, Connapa.