Fonte: Agência Senado

Hoje vamos falar sobre como projetar resultados em um programa de Caronas para a sua organização, uma prática vista como intangível pela maioria dos gestores pelo fato de haver pouca ou nenhuma mensuração econômica prática como exemplo.

Inicialmente é preciso lembrar que as empresas (gestores) tomam decisões pensando normalmente em dois objetivos: aumentar seu lucro ou reduzir suas despesas.

Um outro fator para se atentar é que apenas o ganho econômico já não é suficiente, precisa se ter uma visão de soluções conectadas com melhoria de qualidade de vida, conveniência e produtividade, que claro, resultará em valor econômico futuro também, mas o valor para a imagem da empresa frente aos talentos que à mantem, vem sendo imprescindível nas diretrizes de organizações líderes de mercado.

É normal encontrarmos uma relativização de problemas como “Que sorte, o estacionamento aqui é R$ 350, eu pagava R$ 420 naquele outro lugar”, “Agora estou demorando só 1 hora pra chegar em casa, antes era 1h30”. Não que não seja bom ganhos relativos, mas criar novos modelos ligados aos deslocamentos dos colaboradores não se trata de simplesmente amenizar custos e sim de mudar uma cultura na forma e necessidades de ir e vir ao trabalho.

Atualmente, deve-se investir em mobilidade nas organizações não somente para resolver problemas que já foram criados, mas para evitar os que estão por vir. Por isso, vamos compartilhar algumas experiências de projeções práticas da Mobicity para que você – gestor ou colaborador – possa considerar ou sugerir internamente para seus líderes.

 

Táxi

Empresas com grande número de colaboradores, principalmente aquelas com diversas unidades espelhadas na mesma ou em outras cidades, acabam tendo altos custos com táxi. Por exemplo, as áreas de RH e TI, embora não sejam as únicas, são setores das empresas que atendem muitas vezes seu público interno e por esta razão precisam se deslocar diariamente. Analisemos o seguinte caso, relacionado a um grande banco na capital Paulista (SP) e uma empresa de telefonia, cujas unidades coincidentemente ficam ao sul da Nações Unidas (ver o mapa) e na Av. Paulista:

Fonte: Google Maps

Fonte: Mobicity

Imagine que entre às 8h30 e às 10h, 10 pessoas pediram táxis, uma economia de 10-30% ocorreria quando uma ou até 3 delas aproveitassem o mesmo percurso compartilhando a viagem. Acredite, os números podem ficar bem maiores quando se tratam de empresas com unidades, fábricas ou centros de distribuição em outras cidades em que o transporte utilizado é o carro/táxi.

 

Reembolsos

Podemos citar o caso da hora extra: quantas pessoas vão além dos horários comerciais na sua empresa? Basta andar em avenidas comerciais das grandes cidades para ver as luzes acesas à noite, não é verdade?

Tornou-se rotina, já que os horários são cada vez mais flexíveis e o que importa não é bater o cartão, mas entregar projetos e relatórios no prazo. Contudo, sempre há a possibilidade de pessoas estarem saindo juntas em horário além do expediente na qual uma carona poderia reduzir um táxi, um assalto no caminho do metrô ou mesmo ao andar sozinho em um automóvel (alvo preferível em assaltos ou sequestros), aliás, há empresas que investem em segurança externa no escritório quando próximas ao metrô por exemplo.

 

Estacionamento

Antes de qualquer coisa, pense que estacionamento não se trata apenas de reduzir uma vaga, mas de otimizar seu uso e evitar a necessidade de novos espaços para este fim. Como assim? Conhecemos uma empresa que vem crescendo (2º trim/2016) e irá contratar mais 200 pessoas, o que a obrigou em seu planejamento aumentar a área de estacionamento, sendo que parte deste talvez seja em um terreno alugado devido à falta de vagas. Se você imaginou esse caso em São Paulo ou Rio de Janeiro, ledo engano, é em Joinville! O que mostra o destaque de outros centros urbanos que vêm se desenvolvendo no país e com isto, a necessidade de gerir mobilidade também.

Em outra situação, analisemos uma empresa do setor de mídia impressa/digital que se viu obrigada a cortar todo seu estacionamento recentemente. Considere  mais de 400 vagas no total. Sobre estas 400 pessoas que vinham de carro, devemos pensar em estacionamentos, vale-transporte e fretados que aumentarão os custos de cada um, cabe lembrar que uma decisão mal planejada, visando estritamente uma questão financeira emergencial, pode gerar importantes perdas de talentos na empresa.

Então vamos aos números:

Hipótese 1: transferir 400 vagas para um estacionamento no valor médio de R$250/mensais (ajuste a conta com o valor da sua região):
400 x R$ 250,00 = R$ 100 mil (mensais!)

Hipótese 2: transferir 200 vagas para o mesmo estacionamento e pagar o vale transporte para os outros 200 colaboradores na média de R$ 140,00/mês ou R$ 7,00/dia:
(Estacionamento) 200 x R$ 250,00 = R$ 50 mil (mensais!) + (Vale Transporte) 200 x R$ R$ 140,00 = R$ 28 mil (mensais!)

TOTAL = R$ 78 mil por mês

No caso do estacionamento, na continha de “padaria”, a economia em caronas seria: 5% de caronas para 400 vagas, por exemplo, serão 20 vagas que representam R$ 5 mil/mês ou R$ 60 mil/ano.
Isso se considerarmos apenas os 5%, mas você sabe quantas pessoas já vão de carona atualmente na sua empresa? =]

Frotas de Van/Ônibus

Compartilhamos aqui mais dois exemplos para mostrar que gerir mobilidade é um ganho tanto em grandes centros quanto em regiões do interior em desenvolvimento.

O primeiro exemplo é de uma empresa que utiliza fretado para levar seus colaboradores de casa até seu escritório localizado na região de Alphaville, em Barueri (São Paulo). Dentre outras questões, dois pontos chamaram mais a atenção: o fato de que em alguns casos se ter que buscar o funcionário na porta de casa – e inclusive esperá-lo, causando atrasos aos outros envolvidos na viagem – e em outra situação, haver veículos nos quais a utilização beirava 50% de lotação, apresentação uma falta de otimização e consequentemente, um desperdício.

Foto de fretado levando colaboradores de São Paulo até outra unidade

Um programa de mobilidade/carona bem estruturado e estudado pode, com o tempo, evitar que por causa de um funcionário fora de uma rota se desperdice tempo e dinheiro.

Uma empresa que trabalha com saúde animal próximo a Ribeirão Preto possuía 18 ônibus fretados para seus funcionários, os quais custavam em torno de R$ 6 mil mensais cada. Ainda assim, era necessário um enorme estacionamento que, parando uma manhã para observar, foi possível perceber a quantidade de carros que chegavam com apenas uma pessoa: cerca de 60 automóveis que em média representam 240 assentos vazios (60x4 assentos vagos), ou seja, praticamente 6 ônibus de 40 lugares. É um potencial que com as ferramentas certas podem ser revertidos de forma eficiente e sustentável.

Possibilitando que as pessoas saibam quem são seus vizinhos, principalmente para a maioria que possui os horários tradicionais das 9-18h, o potencial de caronas é enorme e traz não somente benefícios econômicos para a empresa, mas também para os colaboradores que pegam fretados, que costumam sofrer com a dependência do horário, sem contar que os primeiros a serem pegos são os últimos a serem deixados, perdendo de 30 minutos a 2 horas de vida diariamente em um trajeto mais longo para deixar todos os passageiros.

Estes são exemplos curtos e prático para direcionar projetos de mobilidade e caronas nas organizações. O grande desafio para gerar economias significativas virá acompanhado também de um bom plano de Comunicação e Execução, que abordaremos nos próximos posts.

Quaisquer dúvidas ou sugestões, não hesite em nos contatar!